Os materiais que vamos descrever servem tanto para modelos de barcos estáticos como os dinâmicos
Os nautimodelos estáticos como o próprio nome diz não navegam.
São também conhecidos como modelos decorativos.
Estão aí incluídos os modelos em garrafas, os modelos que em geral se exibem em museus, muitos modelos que particulares possuem em suas residências e que são de alto padrão.
No meio desses existem os modelos que realmente
são os decorativos, os que são feitos por artistas plásticos
e que em geral distorcem a realidade e dão asas a imaginação.
Esses tipos de modelo podem ser feitos de madeira como o Guapuruvú, Cacheta, Pinho e Cedro e outras madeiras macias de se lavrar. As peças podem ser maciças ou do tipo com cavernas e chapeado, nesse caso o chapeado deve ser se possível Pinho ou Cedro e as cavernas de compensado comum de virola ou Pinho. Essas madeiras são facilmente encontraveis em madeireiras com exceção do Guapuruvú que muitos conhecem com outros nomes como pinho do litoral e as vezes confundido com cacheta, que é a madeira com que se fazia tamancos, é também conhecida como a balsa brasileira ou de má qualidade por ser bem mais densa do que a verdadeira balsa. As varetas dos aeromodelos em geral são feitas de guapuruvu.
Nesse tipo de modelismo é que se encontram mais fittings (acessórios) a disposição, eu cito aqui alguns famosos como a Amati da Itália, Artesania Latina da Espanha, Billing Boats da Dinamarca, e outros menos conhecidos.
Dentre esses fornecedores de materiais, um fornece kits completos e fittings e outros só kits ou fittings separadamente.
Nessa área também estão
os melhores desenhos para construção de modelos, entre eles
destacamos os desenhos do “Musée de la Marine “de Paris, ”Maritime
Museum” de Greenwich, Inglaterra.;Societá Navimodellisti Bolognesi,
de Bolonha ,Itália.; Museu da Marinha de Lisboa; Smithsonian Instituition
de Washington, USA; Deutsches Museum de Munique; Alemanha, e que dentre
muitas coisas, tem desenhos de navios históricos.
No Brasil não têm mais representantes de firmas estrangeiras, e algumas lojas possuem alguns materiais da Amati ou Billing Boats ou de outros de origem desconhecida mas em geral de boa qualidade.
No Brasil são poucos os modelistas que se dedicam a esta modalidade.
Quanto ao modelismo dinâmico ou operacional, este sim encontra grande campo de atuação e é a maior parte do modelismo no Brasil.
É muito mais fácil de se fazer um modelo sem escala navegar bem do que um que deve obedecer a escala.
Os modelos a motor elétrico não se ressentem tanto dessa diferença ,mas os a vapor a coisa muda e muito.
Fazer um modelo em escala ou fora de escala elétrico é quase a mesma coisa, as dimensões do motor e baterias são diminutas em relação aos verdadeiros.
Quanto aos desenhos ou planos de construção, são poucos os disponíveis , e dentre esses poucos podemos citar em 1º lugar a MRB de Paris, em 2º a Chatham de Londres, os demais como Model Boats ou a Model Ship deixam muito a desejar.
Quem quiser ter o trabalho de transformar uma planta do real em modelo e daí sim conseguir uma qualidade extra eu recomendo os desenhos italianos da Societá Navimodellisti Bolognesi ou então os do Museu da Marinha de Lisboa. São os dois melhores do mundo em plantas e desenhos.
Para se fazer barquinhos sem escala, pode-se criar a vontade, mas ao se chegar no tanque e ver um modelo em escala, o modelista vai ficar meio frustrado de ter trabalhado tanto e ver que o dele não ficou com o charme do modelo do colega, e ele as vezes não sabe o porque. É a escala que dá a beleza no modelo, em geral os modelos de criação própria são desproporcionais e desengonçados se comparados com os que tem escala.
Quanto a materiais para construção, não é difícil conseguir, o que existe no mercado nem sempre agrada, e se agrada não está em suas mãos, o jeito é fazer tudo, e isso dá um trabalho de doido, e muitos desistem no meio da obra.
Vamos ao que realmente interessa, os materiais. Madeira sem dúvida, é ainda o melhor e mais usado material que existe, modelos em madeira é o que mais tem.As madeiras certas para modelismo desse tipo são: para se fazer as cavernas –compensado naval- de Cedro ou Virola, existem outros mas não sei o nome. O melhor fabricante deles é em São Paulo e se chama “Zaparolli” fica na Rua Bella Cintra, nº ? o telefone é 32 56 33 90. Madeira para o fechamento do casco; o ideal é Mogno em segunda opção o Cedro e são facilmente encontráveis nas casas que vendem madeira, só que está úmida e deve-se esperar secar, cerca de 6 meses depois de comprar, não vá na conversa do vendedor que sempre diz que está seca, a única coisa seca em madeireiras é a moral deles.
Para se fazer a superestrutura em madeira o ideal também é o compensado fino e naval, também do “Zaparolli”.
Barcos em resina poliester ou epóxi e fibra de vidro, é o que vem em segundo lugar, aqui no site explica como se fazer isso. Os materiais são facilmente encontráveis nas lojas especializadas, e existem diversas é só olhar nas páginas amarelas em resinas ou fibras de vidro.
Peça ao vendedor um folheto explicativo de como usar corretamente a resina e a manta ou ainda o tecido de vidro e ele sem dúvida lhe entregará os folhetos
Para a superestrutura dos barcos em resina o ideal é um plástico também, atualmente deve-se usar o PVC (cloreto de poli vinila) expandido . Existem placas de 1 metro por 2 metros de tamanho ( US $ 10,00) e de 1 a 6 mm de espessura e de mm em mm. a escolha é sua, o ideal para os barquinhos até 1 m de comprimento é se usar parte de 2 mm e parte em 1 mm. O PVC cola muito bem com Superbonder. Como segunda opção deve–se usar o fenolite , é um material mais rígido e mais caro do que o PVC, cola-se inicialmente com Superbonder, mas depois deve-se reforçar a emendas com araldite levemente dissolvida em tíner, e daí pintar sobre todas as emendas feita com superbonder. Limpe bem o pincel depois de usar ou então jogue-o fora pois vai ficar duro como um pau. Esses materiais podem ser encontrados na firma “Plastitécnica” em São Paulo , fica no Inicio da Rua Augusta, olhe na lista telefônica, eu não tenho os dados.
Outro jeito de se fazer modelos é em chapa metálica, mas nesse caso é fácil encontrar quem forneça a chapa, é a “Central de Metais “ fica na Rua do Lavapés nº ? tel 32 09 34 11 em São Paulo. Como fazer o barco tem a explicação nesse site.
A escolha do modelo é outro problema; isto deve ser o primeiro a ser feito, não se deve fazer modelos que não se consiga carregar sozinho, modelos que não caibam no elevador, e as vezes na própria oficina onde está sendo construído.
Nunca se deve fazer dois ou mais modelos ao mesmo tempo, em geral acaba-se não terminando nenhum dos dois.
O maior dos problemas do modelista é conseguir os fittings e partes mecânicas da transmissão ,uma das razões é que não se deve ligar o motor elétrico diretamente ao eixo do hélice, mas sim com redutor, que em geral tem uma redução de 1:3 ou 1:2,5.
Existem muitos outros itens que se deve considerar, entretanto seria impossível aborda-los todos nesse artigo.
As partes mais intrigantes e aborrecida são: fazer o hélice , o eixo do hélice e mancal de escora, mas quanto a isso tem a explicação no site. Agora achar quem faça é que é o problema.
A dor de cabeça seguinte é saber quem faz os fittings como balaustres (guarda-mancebo) guinchos, cabrestantes e etc e tal, mas uma luz no fim do túnel começa a aparecer, dois modelistas que freqüentam o tanque de modelismo de São Paulo no Ibirapuera começaram a fazer os fittings e tão logo estejam a disposição irei anunciar aqui neste mesmo artigo o telefone deles.
No presente momento o que aconselho é ir tentando fazer seu próprio fitting arrumem uma planta detalhada do mesmo e vá fazendo o mesmo. O material ideal para isso é PVC rígido, também na Plastitécnica, ou então latão como é o caso dos balaustres, nesse caso vá a Central de Metais.
Modelista foi feito para quebrar a cabeça
com as coisas e não gosta de moleza, o gosto da coisa está
exatamente aí.